sábado, 9 de janeiro de 2016

Livro do Mês: "Cidade Partida", de Zuenir Ventura

 "Cidade Partida", de Zuenir Ventura. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
Sobre o autor:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zuenir_Ventura

Um relato impressionante do massacre de Vigário Geral e as tentativas de unir as duas partes de uma cidade partida: as comunidades e o asfalto.
Zuenir, membro da Academia Brasileira de Letras, jornalista e cujo livro 1968: O Ano Que Não Terminou, serviu de inspiração para a célebre mini-série da Globo "Anos Rebeldes"(1992). Tinha 63 anos quando escreveu Cidade Partida.
O livro é corajoso, entre outras coisas afirma que no Rio de Janeiro não tem crime "organizado".
As facções são um bando de moleques que se ajudam por motivos de amizade e se matam por motivo de disputa de pontos de venda. Os arrastões nas praias cariocas em outubro de 1992 foram só farra de garotos favelados para amedrontar os "playboys".
A mídia se aproveitou e criou um clima de terror na população para nos manter em casa consumindo TV.
Os arrastões só pararam porque os bandidos mandaram parar, não porque a polícia conseguiu controlar a situação.
A Casa da Paz de Vigário Geral, criada com a ajuda do sociólogo Betinho, lideranças comunitárias como o AfroReggae, o polêmico ex-pastor Caio Fábio e outros não deu certo por causa de vaidades, briga entre o prefeito e o governador e brigas entre lideranças de outras religiões com Caio Fábio e outros motivos.
O mais polêmico, porém, seria a versão dos bandidos para a razão do massacre que vitimou 21 pessoas na comunidade em 1993. Policiais corruptos, irritados porque não conseguiram propina dos bandidos sobre um carregando de drogas, massacraram pessoas inocentes como retaliação.
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